quinta-feira, julho 30, 2009

Julgando o Meu Próximo



-Paulo Coelho-


Um dos monges de Sceta cometeu uma falta grave,
e chamaram o ermitão mais sábio
para que pudesse julga-la.

O ermitão se recusou, mas insistiram tanto,
que ele terminou por ir.

Chegou ali carregando nas costas
um balde furado, de onde escorria areia.

- Vim julgar meu próximo - disse o ermitão
para o superior do convento.

- Meus pecados estão escorrendo detrás de mim,
como a areia escorre deste balde.
Mas, como não olho para trás,
e não me dou conta dos meus próprios pecados,
fui chamado para julgar meu próximo!
Os monges desistiram da punição na mesma hora.

Paulo Coelho em Diários

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